Avesso (PT)
Variedade: Branca | Categoria II | Portugal
Ficha da Casta
Avesso
Origem da casta: Limitada à região do Vinho Verde, particularmente na sub-região de Baião. Menezes (1900) classifica-a em Baião e Resende.
Região de maior expansão: Minho.
Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Não há.
Sinónimos históricos e regionais: Jaen Blanco de Andalucia. (J. Robinson, comunicação pessoal).
Homónimos: Desconhecidos.
Superfície vitícola actual: 790 ha.
Utilização actual a nível nacional: Inferior a 0,2%.
Tendência de desenvolvimento: Pouco procurada.
Intravariabilidade varietal da produção: Reduzida.
Qualidade do material vegetativo: Material policlonal RNSV; clones JBP em processo de admissão à certificação.
Caract. Molecular (OIV)
Classificação Regional
Morfologia
Fenologia
Potencial Vegetativo
Potencial Agronómico
Potencial Enológico
Particularidades da casta
VVMD5 | VVMD7 | VVMD27 | VrZag62 | VrZag79 | VVS2 | ||||||
Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 |
222 | 240 | 235 | 235 | 181 | 189 | 186 | 186 | 243 | 247 | 137 | 153 |
Vinho de Qualidade DOC: «Vinho Verde» nas sub-regiões «Amarante», «Baião», «Paiva», «Sousa».
Vinho regional: «Minho».
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com fraca densidade de pêlos prostrados e orla carmim forte.
Folha jovem: Verde com placas avermelhadas, página inferior glabra.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpano: Estriado de vermelho, com gomos avermelhados.
Folha adulta: Tamanho médio, orbicular, inteira a sub-trilobada, limbo verde-médio, irregular, página inferior glabra. Dentes médios e rectilíneos. Seio peciolar pouco aberto com base em U, seios laterais abertos com base em V, pecíolo avermelhado.
Cacho: Médio, cónico com uma asa bem desenvolvida, medianamente compacto. Pedúnculo médio.
Bago: Elíptico, médio, verde amarelado; película fina, polpa de consistência média.
Sarmento: Castanho-amarelado.
Abrolhamento: Precoce, 5 dias antes da Fernão Pires.
Floração: Precoce, 3 dias antes da Fernão Pires.
Pintor: Tardio, 14 dias após a Fernão Pires.
Maturação: Precoce, em simultâneo com a Fernão Pires.
Vigor: Muito vigorosa e rústica.
Porte (tropia): Semi-erecto.
Entrenós: Grandes.
Tendência para o desenvolvimento de netas: Elevado.
Rebentação múltipla: Pouca.
Índice de fertilidade: Média, 1,6 inflorescências por gomo abrolhado.
Produtividade: Medianamente produtiva (6.000 – 20.000 kg/ha). Valores RNSV: 3,88 kg/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Baião, durante 4 anos).
Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Regular.
Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme.
Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): 1.480 horas acima de 10º C, com produção de 14 t/ha (Montemor-o-Novo).
Producção recomendada: 8.000 l/ha.
Sensibilidade abiótica: Gosta de zonas bastante ventiladas e inclinadas.
Sensibilidade criptogâmica: Muito sensível ao Míldio e à Botritis (cacho), sensível ao Oídio.
Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: 65% GLRaV3, 20% GLRaV2+6, 10% GFkV, >50% RSPV.
Sensibilidade a parasitas: Ácaros.
Tamanho do cacho: Médio, 150 - 290 g.
Compactação do cacho: Medianamente compacto.
Bago: Médio 1,4 g.
Película: Pouca espessa.
Nº de graínhas: 2 - 2,2 por bago.
Sistema de condução: Adapta-se a conduções tradicionais da região, mas também ao guyot ou cordão.
Solo favorável para obter qualidade: Terrenos secos, derivado de granito.
Clima favorável: Tolera ambiente húmido, mas precisa de calor.
Compasso: Adapta-se ao sistema de condução escolhido.
Porta-enxertos: Não se conhece falta de afinidade varietal.
Desavinho/Bagoinha: Não tem.
Conservação do cacho após maturação: Não aguenta muito.
Protecção contra ataques de pássaros: Pouca.
Aptidão para vindima mecânica: Boa aptidão, desde que as condições técnicas permitam.
Tipo de vinho: Vinho Verde (leve).
Grau alcoólico provável do mosto: Baixo (10% vol.); vinho leve. Valores RNSV: 10,51% vol. (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Cinfães, durante 5 anos).
Acidez natural: Média-elevada. Valores RNSV: 9,94 g/l (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Cinfães, durante 5 anos).
Sensibilidade do mosto à oxidação: Medianamente sensível.
Intensidade da cor: Intensa.
Tonalidade: Palha aberta, com reflexos esverdeados.
Sensibilidade do vinho à oxidação: Bastante sensível.
Análise laboratorial dos aromas: Misto de floral e frutado.
Capacidade de envelhecimento do vinho: Fraca, vinho para consumir no ano.
Recomendação para lote: Arinto, Trajadura e Azal.
Potencial para vinho elementar: Elevado.
Caracterização habitual do vinho: De cor palha aberta intensa com reflexos esverdeados, aroma misto entre frutado (laranja e pêssego), amendoado (frutos secos) e floral, sendo o carácter frutado dominante. Delicado, fino, subtil e complexo, sabor frutado com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, encorpado e persistente. Estas potencialidades de aroma e sabor revelam-se somente alguns meses após a vinificação (EVAG, 2002).
Qualidade do vinho: Em condições técnicas adequadas, é um dos melhores vinhos leves, mesmo em comparação com as castas da categoria «elite», mas muito sensível à oxidação e à perda de acidez. Sem flexibilidade regional fora do seu habitat tradicional.
Particularidade da casta: Casta destinada à produção de vinho de baixa graduação alcoólica (Vinho Verde), com baixa plasticidade geográfica. Vinhos e mostos de elevada sensibilidade à oxidação.