Encruzado (PT)
Variedade: Branca | Categoria II | Portugal
Ficha da Casta
Encruzado
Origem da casta: Região do Dão. Não mencionada na literatura do século XIX. A primeira descrição técnica agrega-a à região de Viseu (Vasconcelos, 1942).
Região de maior expansão: Dão.
Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Não já.
Sinónimos históricos e regionais: Salgueirinho.
Homónimos: Desconhecidos.
Superfície vitícola actual: 300 ha.
Utilização actual a nível nacional: Extremamente baixa (menos de 0,1%) em relação ao valor enológico, por falta de material de selecção.
Tendência de desenvolvimento: Insignificante.
Intravariabilidade varietal da produção: Não estudado.
Qualidade do material vegetativo: Clone de saneamento sanitário JBP sem admissão definitiva; material policlonal RNSV.
Caract. Molecular (OIV)
Classificação Regional
Morfologia
Fenologia
Potencial Vegetativo
Potencial Agronómico
Potencial Enológico
Particularidades da casta
VVMD5 | VVMD7 | VVMD27 | VrZag62 | VrZag79 | VVS2 | ||||||
Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 |
226 | 232 | 235 | 253 | 183 | 189 | 194 | 194 | 247 | 251 | 151 | 153 |
Vinho de Qualidade DOC: «Dão».
Vinho regional: «Beiras», «Terras do Sado», «Alentejano».
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com carmim intenso e média densidade de pêlos prostrados.
Folha jovem: Amarela com tons bronzeados, página inferior com média densidade de pêlos prostrados.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpano: Verde, com gomos verdes.Gavinhas nos entrenós, acima do primeiro terço do pâmpano.
Folha adulta: Pequena, pentagonal, com cinco lóbulos; limbo verde-médio, irregular, medianamente bolhoso e enrugado; página inferior com fraca densidade de pêlos prostrados; dentes curtos e convexos; seio peciolar pouco aberto, com a base em V, seios laterais abertos em V.
Cacho: Pequeno, cilíndrico, medianamente compacto, pedúnculo de comprimento médio.
Bago: Ligeiramente achatado, médio e verde-amarelado; película medianamente espessa, polpa mole.
Sarmento: Castanho-amarelado. Gavinhas nos entre-nós, acima do terço médio.
Abrolhamento: Época média, 6 dias após a Fernão Pires.
Floração: Época média, 2 dias após a Fernão Pires.
Pintor: 9 dias após a Fernão Pires.
Maturação: Precoce, em simultâneo com a Fernão Pires.
Vigor: Elevado.
Porte (tropia): Semi erecto e horizontal (plagiotropo).
Entrenós: Médios, longos, medianamente regulares, apresentam frequentemente gavinhas (a nível do 7º nó).
Tendência para o desenvolvimento de netas: Muita.
Rebentação múltipla: Pouca.
Índice de fertilidade: Médio a elevado.
Produtividade: Média (5.000-8.000 l/ha). Valores RNSV: 1,72kg/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Nelas, durante 2 anos).
Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Regular.
Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme.
Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): 1.600 horas acima de 10° C, com produção de 10 t/ha (Montemor-o-Novo).
Sensibilidade abiótica: Pouco susceptível à seca. Os lançamentos quebram com o vento.
Sensibilidade criptogâmica: Medianamente susceptível ao Míldio, Oídio e Botritis.
Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: 30% GLRaV 2 e 3, 10% GVA, <50% RSPV.
Sensibilidade a parasitas: Sensível à Cigarrinha Verde e Erinose.
Tamanho do cacho: Médio/pequeno.
Compactação do cacho: Compacto.
Bago: Médio, difícil de destacar.
Película: Mediamente espessa.
Nº de graínhas: Médio.
Sistema de condução: Sebe de difícil condução; adapta-se a qualquer tipo de poda.
Solo favorável para obter qualidade: Solo de granito derivado, fundo e seco.
Clima favorável: Evitar locais ventosos.
Compasso: Adapta-se a todos os intervalos.
Porta-enxertos: Boa afinidade com todas variedades.
Desavinho/Bagoinha: Medianamente sensível.
Conservação do cacho após maturação: Normal.
Protecção contra ataques de pássaros: Não necessária.
Aptidão para vindima mecânica: Boa.
Tipo de vinho: Vinho de qualidade.
Grau alcoólico provável do mosto: Muito elevado.
Acidez natural: Média.
Sensibilidade do mosto à oxidação: Sensível.
Intensidade da cor: Média-intensa.
Tonalidade: Citrina.
Sensibilidade do vinho à oxidação: Sensível à oxidação, com consequente perda dos aromas.
Análise laboratorial dos aromas: Compostos precursores do aroma – Bom nível de terpenóides; 17,8 μg/l de linalol; 3,5 μg/l de nerol.
Capacidade de envelhecimento do vinho: Grande longevidade (até várias décadas).
Recomendação para lote: Bical.
Potencial para vinho elementar: Elevada qualidade. Recomenda-se a fermentação em barricas de carvalho novo.
Caracterização habitual do vinho: Surpreende pela elegância e complexidade dos seus aromas, onde são perceptíveis algumas notas vegetais de pimenta verde, algumas notas florais de rosa e violetas, algumas notas minerais de pederneira e notas frutadas de limão a que se associam, mais tarde, com o envelhecimento, aromas e sabores de avelã,
pinhão e resina de pinheiro (Loureiro, 2002).
Qualidade do vinho: Vinho da melhor categoria.
Particularidade da casta: Bem distinta das outras castas, com características específicas, desenvolve gavinhas nos entrenós. Muito sensível a falhas de vinificação. Em condições adequadas, pode produzir um dos melhores vinhos brancos do país.