Treixadura (ES) / Trajadura (PT)
Variedade: Branca | Categoria III | Portugal/Espanha
Ficha da Casta
Treixadura
Trajadura
Origem da casta: Casta do Norte de Portugal com presença actual em Espanha. Gyrão (1822) conhece a casta da ribeira do Minho. Casares (1843) conhece a Treijaduro na Espanha. Vila Maior (1875) refere também a Galiza.
Região de maior expansão: Minho, toda a região. Galiza.
Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Treixadura (E).
Sinónimos históricos e regionais: Tragadura (Lapa, 1874). A denominação Trinca- -Dente, reconhecida como sinónimo por Laranjo/Mota (1986), tem grande tradição no país. Já Fernandes (1531) conhecia uma casta desta denominação; Lobo (1790) referiu esta casta em Arcos de Valdevez e Gyrão (1822) nas ribeiras do Minho e Lima. Treijadura (Meneses, 1900).
Homónimos: Inexistentes.
Superfície vitícola actual: Portugal 2.200 ha., Espanha 907 ha.
Utilização actual a nível nacional: Portugal, 0,4%. Espanha, similar.
Tendência de desenvolvimento: Crescente.
Intravariabilidade varietal da produção: Intermédia.
Qualidade do material vegetativo: Material policlonal RNSV, clones certificados 85-89 IsA. Espanha: diversos clones seleccionados na Galiza, como o RA-36 e o T-2.
Caract. Molecular (OIV)
Classificação Regional
Morfologia
Fenologia
Potencial Vegetativo
Potencial Agronómico
Potencial Enológico
Particularidades da casta
VVMD5 | VVMD7 | VVMD27 | VrZag62 | VrZag79 | VVS2 | ||||||
Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 |
224 | 236 | 235 | 247 | 181 | 185 | 186 | 186 | 247 | 247 | 145 | 153 |
Vinho de Qualidade DOC: Portugal: todas as zonas de Vinho Verde (excepto Baião).
Espanha: DO Monterrei, Rias Baixas, Ribeira sacra e Ribeiro.
Vinho regional: «Minho».
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla ligeiramente carmim e média densidade de pêlos prostrados.
Folha jovem: Amarelada com zonas bronzeados, página inferior com baixa densidade de pêlos prostrados.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpano: Ligeiramente estriado de vermelho, com gomos verdes.
Folha adulta: Média, orbicular, sub-trilobada; limbo verde médio, plano, finamente bolhoso; página inferior com média densidade de pêlos prostrados e baixa de pêlos erectos; dentes médios e convexos; seio peciolar aberto, base em U, seios laterais abertos em V.
Cacho: Médio, cilindro-cónico alado, compacidade elevada, pedúnculo curto.
Bago: Elíptico-curto, médio e verde amarelado; película fina, polpa rija.
Sarmento: Castanho avermalhado.
Abrolhamento: Tardio, 9 dias após a Fernão Pires.
Floração: Época média, 6 dias após a Fernão Pires.
Pintor: Tardio, 11 dias após a Fernão Pires.
Maturação: Época média, uma semana após a Fernão Pires.
Vigor: Médio-elevado.
Porte (tropia): Porte semi-erecto. Vigor médio.
Entrenós: Grandes e médios.
Tendência para o desenvolvimento de netas: Média.
Rebentação múltipla: Não tem.
Índice de fertilidade: Em média 1,7 inflorescências por lançamento.
Produtividade: Índice elevado (10-17.500 kg/ ha). Valores RNSV: 4,5 kg/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Arcos de Valdevez, durante 5 anos).
Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Regular.
Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme.
Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): 1.227h (Arcos de Valdevez).
Producção recomendada: 8.000 kg/ha.
Sensibilidade abiótica: Comportamento rústico; problemas fisiológicos com o excesso de água na fase tardia, com bagos estalados.
Sensibilidade criptogâmica: Em certos anos, é muito atingida pela podridão.
Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: 40% GLRaV3, 40% GFkV, <50% RSPV.
Sensibilidade a parasitas: Cochonilha, Algodão.
Tamanho do cacho: Grandes (365-404 g).
Compactação do cacho: De muito compacto até medianamente compacto, conforme situação hídrica.
Bago: Pequeno/médio (2,3 g), de difícil destacamento.
Película: Espessa.
Nº de graínhas: Na média 1,7 por bago.
Sistema de condução: Adapta-se a qualquer tipo de poda.
Solo favorável para obter qualidade: Terrenos soltos e bem drenados.
Clima favorável: Tolera humidade no ar e no solo; suporta insolação.
Compasso: Todos os compassos tradicionais são possíveis.
Porta-enxertos: Não são conhecidos problemas de afinidade.
Desavinho/Bagoinha: Susceptível (Vila Maior, 1875).
Conservação do cacho após maturação: No caso de chuva intensa, pode estalar o bago.
Protecção contra ataques de pássaros: Pouco necessária.
Aptidão para vindima mecânica: Não é habitual na região da sua implantação.
Tipo de vinho: Vinho Verde (leve).
Grau alcoólico provável do mosto: Baixo (9-11,5% vol.). Valores RNSV: 9,85% vol. (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Guimarães, durante 6 anos).
Acidez natural: Baixa (4,5-6 g/l). Valores RNSV: 7,85 g/l (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Guimarães, durante 6 anos).
Sensibilidade do mosto à oxidação: Média.
Intensidade da cor: Média/intensa.
Tonalidade: Palha dourada.
Sensibilidade do vinho à oxidação: Alguma.
Análise laboratorial dos aromas: Intenso e delicado, frutos maduros.
Capacidade de envelhecimento do vinho: Média, vinho para beber jovem.
Recomendação para lote: Loureiro, Arinto e Alvarinho.
Potencial para vinho elementar: Possível. Perigo de desequilíbrio no caso de acidez baixa.
Caracterização habitual do vinho: Vinhos de cor intensa (palha dourada), aroma intenso a frutos de árvore maduros (maçã, pêra e pêssego), macerados de sabor macio, quente, redondo e com tendência, em determinadas condições, a algum desequilíbrio com baixa acidez (EVAG, 2001).
Qualidade do vinho: Muito boa qualidade, especialmente em lote com Alvarinho.
Particularidade da casta: Casta dedicada à produção de Vinho Verde branco, com pouca plasticidade geográfica. Produz, em conjunto com a Alvarinho, um dos vinhos de maior sucesso no país. Casta com o perigo de rebentar a película com as chuvas de Outono.