Açores
Região vitivinícola: AÇORES
Logo após a descoberta dos arquipélagos atlânticos, no tempo do rei D. Afonso V, o seu tio D. Henrique, o Navegador, mandou arrancar videiras na ilha de Creta para serem aclimatadas, primeiro na Madeira, depois nos Açores. O objectivo foi entrar no grande negócio dos vinhos gregos generosos, aproveitando a posição destas ilhas, na rota dos veleiros internacionais cruzando o Atlântico. A vinha, plantada em “currais” para protecção do vento, desenvolveu‑se bem. No início do séc. XVI, monges carmelitas e franciscanos aperfeiçoaram as técnicas vitivinícolas com sucesso. No séc. XIX, a exportação atingiu 20.000 pipas e a vinha teve uma superfície de mais de 2.000 ha. Os contactos com a Liga Hanseática, a exportação através de uma feitoria própria no Brasil, além do comércio com a Inglaterra e a Rússia onde o vinho do Pico foi considerado o vinho dos Czares, revelam uma excelente organização comercial. A partir de 1852, os flagelos americanos destruíram a viticultura. Os híbridos americanos recuperaram, até há alguns anos, o mercado do consumo regional e dos imigrantes. Na restruturação vitivinícola não foi devidamente considerado o valor hemitérmico das castas, utilizado em condições culturais alteradas, nem se compreendeu a necessidade de substituir os currais por outros tipos de quebra‑ventos. Assim, lamentavelmente, a reconversão não resultou na forma desejada; entre vinhos interessantes, mas de reduzida disponibilidade quantitativa, de Biscoitos e Graciosa, as marcas da Cooperativa do Pico e os vinhos de inovação da vinha Curral de Atlantis mostraram poder haver um futuro para os famosos vinhos dos Açores. A restante viticultura aproveita os subsídios à manutenção da viticultura tradicional, em currais, mais uma vez sem grande sustentabilidade económica.
Em pleno Oceano Atlântico, à latitude de 37 a 39,5º N e a uma distância de 1.600 km a oeste da costa continental portuguesa, situa‑se o arquipélago dos Açores, constituído por nove ilhas, em três das quais se cultiva a vinha: Terceira, Pico e Graciosa. As condições edafo‑climáticas das ilhas deste arquipélago caracterizam‑se por ventos fortes, temperatura constante pela proximidade do mar, um solo único e distinto do conhecido em Portugal, melhorado artificialmente com o “bagacinho” vulcânico. Localizando‑se na zona de contacto das placas Americana, Europeia e Africana, a sua origem é vulcânica e relativamente recente, apresentando, por isso, solos pouco espessos, constituídos por rochas basálticas, traquites, andesites e formações argilosas. A qualidade e o prestígio dos vinhos dos Açores são conhecidos de longa data, facto que levou a que fossem reconhecidas três Denominações de Origem, das quais duas delas apenas para vinhos licorosos: “Biscoitos”, “Pico” e “Graciosa”.
Tipos de produtos vitivinícolas
Vinho IG ou regional Açores: Tinto e Branco.
Vinhos DO BISCOITOS e DO PICO: Vinho LicorosoBranco
DO GRACIOSA: Vinho Branco
Referências importantes na região:
Informações técnicas: COMISSÃO VITIVINÍCOLA REGIONAL DOS AÇORES, Av. Machado Serpa, 9950‑321 Madalena‑Pico, 292623605/6,
Informações enoturismo: Rota do Vinho Açores. www.vitiviniculturaatlantica.com, Portal turismo açores: www.azorestourism.com
Informações culturais do vinho da região: Confraria do Vinho do Pico: Gabinete da Vinha – Parque Natural da Ilha do Pico, Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos. Museu do Vinho dos Biscoitos, Canada do Caldeiro 9760‑051 BISCOITOS, Ilha Terceira, Praia da Vitória; Tel. 965667324, Site: www.casaagricolabrum.com; Museu do Vinho do Pico, Rua do Carmo Toledos 9950‑364 MADALENA (PICO), Ilha do Pico, Madalena, Tel. 292672276.
Instituições de ensino superior; investigação vitícola: Universidade dos Açores, Campus de Angra do Heroísmo, Rua Capitão João d’Ávlia – Pico da Urze; 9700‑042 Angra do Heroísmo, Açores, Portugal. Telefone (+351) 295 402 200.
Entidade certificadora: COMISSÃO VITIVINÍCOLA REGIONAL DOS AÇORES Av. Machado Serpa (Edifício do Serviço de Desenvolvimento Agrário do Pico) 606 – Tels.: 292 623 605/6, Fax: 292 623; 9950‑321 MADALENA (PICO), E‑mail: cvracores@hotmail.pt
Informação sobre os produtores‑engarrafadores de vinho da região Lisboa: http://www.ivv.min‑agricultura.pt/np4/1736.html, → anuário 2011 (pagina 266)
Designação: IGP “Açores”, Vinho regional
Legislação: Portaria n.º 853/2004, Reg. (CE) 1493/99.
VINHOS TINTOS: Agronómica, Aragonez (Tinta Roriz), Cabernet‑Franc, Cabernet Sauvignon, Castelão (Periquita), Complexa, Merlot, Pinot Noir, Rufete, Saborinho, Tinta Barroca, Touriga Franca, Touriga Nacional, Vinhão e Gewurztraminer.
VINHOS BRANCOS: Arinto (Pedernã), Bical, Chardonnay, Fernão Pires (Maria Gomes), Galego Dourado, Generosa, Gouveio, Malvasia, Malvasia Fina, Moscatel Graúdo, Riesling, Rio Grande, Seara Nova, Sercial (Esgana Cão), Tália, Terrantez, Verdelho, Viosinho.
DOP “Biscoitos“, “Graciosa” e “Pico”
todos IPR tem mesmo selo de garantia
DOP “Biscoitos”
Legislação: Decreto‑Lei n.º 17/94, Reg. (CE) 1493/99.
Castas:
BRANCAS: Verdelho, Arinto (Pedernã) e Terrantez
DOP “Graciosa”
Legislação: Decreto‑Lei n.º 17/94, e Reg. (CE) 1493/99.
Castas:
BRANCAS: Verdelho, Arinto (Pedernã), Terrantez, Malvasia Fina e Fernão Pires (Maria Gomes).
DOP “Pico”
Legislação: Decreto‑Lei n.º 17/94, Reg. (CE) 1493/99.
Castas:
BRANCAS: Verdelho, Arinto (Pedernã) e Terrantez