Antão-Vaz (PT)
Variedade: Branca | Categoria II | Portugal
Ficha da Casta
Antão-Vaz
Origem da casta: Colaço do Rosário (comunicação pessoal) não conseguiu encontrar, em 1980, vinha velha desta casta fora da sub-região da Vidigueira. Com esta limitação, é difícil encontrar a casta na literatura pré-filoxera. Mas já consta na «Colecção Ampelográfica de Évora» (1890), posição 84. Mesmo no século XX, pouco foi referida. Entretanto, com a fermentação moderna, a casta ganhou grande importância em todo o Alentejo.
Região de maior expansão: Vidigueira (Alentejo).
Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Não há.
Sinónimos históricos e regionais: Desconhecidos.
Homónimos: Desconhecidos.
Superfície vitícola actual: 600 ha.
Utilização actual a nível nacional: 0,55%.
Tendência de desenvolvimento: Crescente, a nível regional.
Intravariabilidade varietal da produção: Intermédia.
Qualidade do material vegetativo: Material policlonal RNsV, Clone certificado 50 JBP.
Caract. Molecular (OIV)
Classificação Regional
Morfologia
Fenologia
Potencial Vegetativo
Potencial Agronómico
Potencial Enológico
Particularidades da casta
VVMD5 | VVMD7 | VVMD27 | VrZag62 | VrZag79 | VVS2 | ||||||
Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 |
234 | 236 | 245 | 259 | 181 | 183 | 204 | 204 | 247 | 247 | 147 | 153 |
Vinho de Qualidade DOC: Todas as sub-regiões do Alentejo. Vinho regional: «Estremadura», «Terras do sado», «Alentejano».
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla carmim, fraca densidade de pêlos prostrados.
Folha jovem: Verde, com página inferior praticamente glabra.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpano: Verde, com gomos verdes.
Folha adulta: De tamanho médio, cuneiforme, com cinco lóbulos; limbo verde-médio, involuto, liso, página inferior glabra; dentes curtos e convexo-côncavos; seio peciolar muito aberto, com a base em chaveta, seios laterais abertos em V.
Cacho: Médio, cilindro-cónico, compacto, pedúnculo curto.
Bago: Arredondado, grande, sugerindo uva de mesa, verde-amarelado; polpa de consistência média.
Sarmento: Castanho-amarelado.
Abrolhamento: É́poca média, 4 dias após a Fernão Pires.
Floração: Época média, 4 dias após a Fernão Pires.
Pintor: Tardio, 13 dias após a Fernão Pires.
Maturação: É́poca média, uma semana após a Fernão Pires.
Vigor: Elevado.
Porte (tropia): Semi-erecto e horizontal (plagiotropo).
Entrenós: Grandes.
Tendência para o desenvolvimento de netas: Pouca.
Rebentação múltipla: Elevada percentagem de gomos com rebentação múltipla (30%).
Índice de fertilidade: Médio, índice cerca de 1,31 inflorescências por gomo abrolhado (Araújo, 1982).
Produtividade: Muito elevada, no caso de poda longa. Índice 519 (Araújo, 1982). 6.000-10.000 l/ha. Valores RNsV: 2,94 kg/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Évora, durante 3 anos).
Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Regular.
Homogeneidade de produção (entre as plantas): Homogénea.
Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): 1.580h acima de 10° C com 11 t/ha de produção (Montemor-o-Novo).
Producção recomendada: 6.000 l/ha.
Sensibilidade abiótica: Ao excesso de água no solo.
Sensibilidade criptogâmica: Pouco susceptível ao Míldio e ao Oídio; sensível à podridão cinzenta, Esca e Eutipiose.
Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: 40% GLRaV3, 5% GLRaV 2+6, 10% GFkV, <50% RsPV.
Sensibilidade a parasitas: Não relevante.
Tamanho do cacho: Grande, 360 g. Cerca de 228 g (em 2006).
Compactação do cacho: Pouco compacto, solto.
Bago: Grande (cerca de 2,5 g/bago), difícil de destacar.
Película: Muito espessa.
Nº de graínhas: Em média, cerca de 1,9 por bago.
Sistema de condução: Vara longa ou mista, pouca aptidão para cordão bilateral tradicional.
Solo favorável para obter qualidade: Solos profundos e secos, mas férteis.
Clima favorável: Exige elevados níveis de calor e insolação; no caso de stress hídrico, tem tendência à desfoliação na base.
Compasso: Não se conhecem problemas com os intervalos habituais na região da sua implantação.
Porta-enxertos: Não há incompatibilidades confirmadas. Com 5BB e 140 Ru podem, eventualmente, surgir problemas.
Desavinho/Bagoinha: Pouco sensível.
Conservação do cacho após maturação: Casta de maturação muito tardia, mas de bagos consistentes.
Protecção contra ataques de pássaros: Não necessária, devido à espessura da película do bago.
Aptidão para vindima mecânica: Boa.
Tipo de vinho: Vinho de qualidade.
Grau alcoólico provável do mosto: Boa graduação em zona de elevada insolação (12,5% Vol.). Valores RNSV: 13,16% vol. (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Vidigueira, durante 7 anos).
Acidez natural: Valores RNSV: 3,39 g/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Vidigueira, durante 7 anos).
Sensibilidade do mosto à oxidação: Baixa.
Intensidade da cor: Vinho claro.
Tonalidade: Citrino.
Sensibilidade do vinho à oxidação: Baixa.
Análise laboratorial dos aromas: Compostos precursores do aroma – terpenóides totais: 205 μg/l (97), 274 μg/l (98); Benzenóides totais: 508 μg/l (97), 473 (98); Norisoprenóides totais: 348 μg/l (97), 400 μg/l (98).
Capacidade de envelhecimento do vinho: De boa longevidade.
Recomendação para lote: Arinto.
Potencial para vinho elementar: Boa aptidão.
Caracterização habitual do vinho: Os vinhos de Antão Vaz possuem uma cor citrina e de intensidade média, mas de grande finura e complexidade, onde sobressaem notas de frutos tropicais maduros. Na boca, os vinhos são macios, ligeiramente acídulos e estruturados, mantendo a fineza e o frutado referidos no aroma. O final é persistente e harmonioso. É uma casta de elevado potencial qualitativo (Laureano, 1999).
Qualidade do vinho: Elevada. Ganha muito com a técnica da fermentação controlada.
Particularidade da casta: Reconhece-se facilmente, devido às folhas bastante distintas das outras castas, lisas e glabras, de aspecto quase suculento, com tendência para a desfoliação. Vinho de elevado teor alcoólico, contudo sem se sentir. Casta branca óptima para zonas de temperaturas elevadas.