Mosc. Grano Menudo (ES) / Mosc.-Galego-Branco (PT)
Variedade: Branca | Categoria III | Portugal/Espanha
Ficha da Casta
Mosc. Grano Menudo
Mosc.-Galego-Branco
Origem da casta: As videiras da família Moscatel devem ser as mais antigas conhecidas pelo Homem. suspeita-se de que foram difundidas pelos Fenícios, Gregos e Romanos, por toda a Europa (Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália e Grécia). Em 1513, Alonso de Herrera refere-se a esta casta citando Abu Zacharias, do século XII. Ver também lista de sinónimos OIV (1996).
A casta existe no Novo Mundo Vitícola, como cultivar importante.
Região de maior expansão: Região do Douro, entre os 500 e os 700 metros altitude, nas freguesias de Favaios, Alijó (planalto de Alijó) e sanfins do Douro.
Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Muscat à petits grains blanc e Muscat de Frontignan (F).
Sinónimos históricos e regionais: Moscatel Branco (Chaves); Moscatel do Douro (Setúbal).
Homónimos: Ainda existe Moscatel-Galego-Roxo (N.º oficial 200), Moscatel-Galego- -Tinto (N.º oficial 201), Moscatel-Graúdo (N.º oficial 202), Moscatel-Nunes (N.º oficial 203).
Superfície vitícola actual: Portugal 500 ha., Espanha 1.018 ha.
Utilização actual a nível nacional: Bastante cultivado nas zonas de Favaios/Alijó/Sanfins, também a nível nacional (0,44%).
Tendência de desenvolvimento: Elevada (acima de 1% do cultivo nacional).
Intravariabilidade varietal da produção: Intermédia.
Qualidade do material vegetativo: Material policlonal RNSV, clones ENTAV (F). Espanha: A selecção clonal sanitária mais completa foi realizada em Navarra, por EVENA, com 13 clones seleccionados. Actualmente, também a Comunidad de Madrid está levando a cabo um processo de selecção na zona centro peninsular.
Caract. Molecular (OIV)
Classificação Regional
Morfologia
Fenologia
Potencial Vegetativo
Potencial Agronómico
Potencial Enológico
Particularidades da casta
VVMD5 | VVMD7 | VVMD27 | VrZag62 | VrZag79 | VVS2 | ||||||
Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 |
226 | 228 | 235 | 245 | 179 | 189 | 186 | 188 | 251 | 255 | 135 | 153 |
Vinho de Qualidade DOC: «Douro», «Palmela», Vinho generoso «Moscatel». Espanha: DO Alella, Almansa, Bullas, Campo de Borja, Conca de Barberá, Costers del Segre, Empordá, Jumilla, La Mancha, Málaga, Manchuela, Mondéjar, Montsant, Navarra, Penedès, Ribera del Guadiana, Ribera del Júcar, sierra de Málaga, Tarragona, Terra Alta, Tierra del Vino de Zamora, Uclés, Valdepeñas, Valencia, Vinos de Madrid y Yecla. DOCa Priorato.
Vinho regional: «Trás-os-Montes», «Terras do Sado».
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com carmim generalizado de intensidade média a baixa, nula densidade de pêlos prostrados.
Folha jovem: Acobreada, página inferior glabra.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpano: Estriado de vermelho e gomos com fraca intensidade antociânica.
Folha adulta: De tamanho médio, pentagonal, com três lóbulos; limbo verde escuro, irregular, medianamente bolhoso; nervuras principais ligeiramente avermelhadas na base; página inferior glabra; dentes médios e rectilíneos; seio peciolar fechado, em V, seios laterais abertos em V.
Cacho: Médio, cónico alado, compacto, pedúnculo de comprimento médio.
Bago: Arredondado, médio e verde-amarelado; existem, no entanto, clones com bagos roxos; película de espessura média, polpa mole; sabor a moscatel.
Sarmento: Castanho amarelado.
Abrolhamento: Precoce, 4 dias antes da Fernão Pires.
Floração: Precoce, 2 dias antes da Fernão Pires.
Pintor: Precoce, 1 dias antes da Fernão Pires.
Maturação: Precoce, em simultâneo com a Fernão Pires.
Vigor: Forte.
Porte (tropia): semi-prostrado.
Entrenós: Médios.
Tendência para o desenvolvimento de netas: Média.
Rebentação múltipla: Baixa.
Índice de fertilidade: Medias das varas do 1.º gomo = 1,28; varas do 2.º gomo = 1,56; varas do 3.º gomo = 1,46 de inflorescências por gomo abrolhado.
Produtividade: Grandes variações de ano para ano (nalguns pode atingir 2,5 a 3 kg por videira). Valores RNSV: 2,38 kg/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Tabuaço, durante 3 anos).
Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Irregular; a selecção clonal atenuou estas variações anuais.
Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme.
Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): Resultados desconhecidos.
Producção recomendada: 6.000 litros/ha.
Sensibilidade abiótica: Não estudada.
Sensibilidade criptogâmica: Muito sensível ao Oídio e à podridão; sensível ao Míldio; pouco sensível à Escoriose.
Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: 27% GLRaV3.
Sensibilidade a parasitas: Sensível à Traça da uva; pouco sensível à Cigarrinha Verde;
Tamanho do cacho: Pequeno/médio 200 g.
Compactação do cacho: Compacto.
Bago: Médio/pequeno, 1,6 g.
Película: Fina.
Nº de graínhas: 1,2-2 por bago.
Sistema de condução: Preferencialmente guyot (simples ou duplo). A condução em guyot com varas empadas na horizontal só se justifica para diminuir o vigor quando este é exagerado, podendo então provocar desavinho.
Solo favorável para obter qualidade: Requer terrenos frescos e de boa fertilidade.
Clima favorável: Prefere zonas arejadas com boa insolação.
Compasso: Todos os compassos são possíveis.
Porta-enxertos: Boa afinidade com todos os porta-enxertos habituais na região.
Desavinho/Bagoinha: Grande sensibilidade ao desavinho e bagoinha.
Conservação do cacho após maturação: Como é precoce, pode atingir estados de sobrematuração muito facilmente. A ocorrência de chuva na época da vindima faz desenvolver rapidamente as podridões.
Protecção contra ataques de pássaros: Média.
Aptidão para vindima mecânica: Desconhecida (não se efectua na região de Alijó).
Tipo de vinho: Vinho mesa, vinho generoso.
Grau alcoólico provável do mosto: Alto. Valores RNSV: 13,36% vol. (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Tabuaço, durante 1 anos).
Acidez natural: Média-baixa. Valores RNSV: 3,11% vol. (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Tabuaço, durante 1 ano).
Sensibilidade do mosto à oxidação: Média.
Intensidade da cor: Intensa.
Tonalidade: De cítrica até acastanhada.
Sensibilidade do vinho à oxidação: Média.
Análise laboratorial dos aromas: Seguramente elevados nos terpénicos, mas sem referência na literatura.
Capacidade de envelhecimento do vinho: Boa capacidade, sobretudo no caso dos vinhos generosos.
Recomendação para lote: Com outras castas brancas do Douro, tais como Códega, Rabigato, Viosinho e Gouveio.
Potencial para vinho elementar: Bom potencial, apenas no caso de vinhos generosos.
Caracterização habitual do vinho: O vinho tem aromas clássicos (uva Moscatel) de elevada qualidade, que permitem distingui-lo facilmente, mesmo em lote com outras castas brancas. O sabor é muito intenso, com boa acidez, podendo tornar-se muito enjoativo se muito alcoólico.
Qualidade do vinho: Elevada.
Particularidade da casta: Casta aromática, muita antiga, provavelmente introduzida no primeiro milénio depois de Cristo. Muito apreciada no planalto de Alijó, é uma casta bastante interessante, mas que exige muitos cuidados na vinha (poda, fertilização, estado sanitário) para não se perder todo o seu potencial qualitativo. Quando bem cuidada, origina vinhos generosos únicos (Moscatel) e combina bem com outras castas em lote de vinhos de mesa.