Rabigato (PT)

Variedade: Branca | Categoria II | Portugal

Ficha da Casta

Rabigato

Origem da casta: Ruy Fernandez (1532) refere uma casta com este nome. Lobo (1891) classifica a casta nas sub-regiões do Douro, em Vilarinho da Castanheira, Anciães, Termo de Alijó e Murça. Gyrão (1822) refere, no Douro, uma casta «Rabo de gato» como casta muito azeda, o que corresponde às experiências actuais com a casta. segundo Cincinnato (1900), esta casta encontrava-se distribuída por todo o país.

Região de maior expansão: Trás-os-Montes.

Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Não há.

Sinónimos históricos e regionais: Por erro, Rabo de Ovelha, Rabo de Ovelha Francês, Rabo de Asno (Lobo, 1790); Estreito (Vila Maior, 1866; Cincinnato, 1900) já refere uma lista de 10 sinónimos em todo o país, provavelmente devido a caracterização da casta limitada à morfologia do cacho.

Homónimos: Ainda existem Rabigato-Franco (n.º 241), Rabigato-Moreno (n.º 242).

Superfície vitícola actual: 2.200 ha.

Utilização actual a nível nacional: Abaixo de 0,1%.

Tendência de desenvolvimento: Muito abaixo do potencial desta casta.

Intravariabilidade varietal da produção: Média-alta.

Qualidade do material vegetativo: Material policlonal RNSV, material clonal em processo de admissão à certificação, JBP.

VVMD5 VVMD7 VVMD27 VrZag62 VrZag79 VVS2
Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2
222 232 235 235 185 189 186 196 243 251 135 135

Vinho de Qualidade DOC: «Porto», «Douro», «Terras do sado»,Vinho de qualidade IPR: «Planalto Mirandês».

Vinho regional: «Trás-os-Montes».

Extremidade do ramo jovem: Aberta, com carmim generalizado de intensidade média e baixa densidade de pêlos prostrados.

Folha jovem: Acobreada, com página inferior glabra.

Flor: Hermafrodita.

Pâmpano: Estriado de vermelho, com gomos ligeiramente vermelhos.

Folha adulta: Média, orbicular, com três lóbulos mal definidos; limbo verde médio a escuro, irregular, medianamente bolhoso; nervuras principais ligeiramente avermelhadas na base; página inferior glabra; dentes médios e convexos; seio peciolar pouco aberto a fechado, em V, seios laterais abertos em V.

Cacho: Médio, cónico-alado a cilindro-cónico, bastante compacto, pedúnculo de comprimento médio.

Bago: Arredondado, pequeno e verde-amarelado; película de espessura fina, polpa de consistência média.

Sarmento: Castanho amarelado.

Abrolhamento: Precoce, 1 dias após a Fernão Pires.

Floração: Época média, 3 dias após a Fernão Pires.

Pintor: Tardio, 10 dias após a Fernão Pires.

Maturação: Época média, uma semana após Fernão Pires.

Vigor: Médio.

Porte (tropia): Semi-erecto.

Entrenós: Médios.

Tendência para o desenvolvimento de netas: Média.

Rebentação múltipla: Nula.

Índice de fertilidade: Em média, nas varas do 1.º gomo = 0,7; nas varas do 2.º gomo = 1,03; nas varas do 3.º gomo = 1,07 inflorescências por gomo abrolhado.

Produtividade: Média. Valores RNSV: 1,49 kg/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Peso da Régua, durante 2 anos).

Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Constante.

Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme.

Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): Resultados desconhecidos.

Producção recomendada: 6.000 l/ha.

Sensibilidade abiótica: Não estudada.

Sensibilidade criptogâmica: Sensível ao Míldio, Oídio e Botritis.

Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: 30% GLRaV1, 30% GLRaV#, 10% GLRaV 2+6, 10% RRV, <50% RSPV.

Sensibilidade a parasitas: Não específica.

Tamanho do cacho: Grande (220-410 g)

Compactação do cacho: Pouco compacto.

Bago: Médio, 1,7-2,0 g.

Película: Pouco espessa.

Nº de graínhas: 1,6-2,5 por bago

Sistema de condução: Guyot simples ou duplo.

Solo favorável para obter qualidade: Requer terrenos secos.

Clima favorável: Zonas de clima moderado (450-500 m de altitude, no Douro).

Compasso: Qualquer tipo habitual na sua região de implantação.

Porta-enxertos: Adapta-se a todos tipos, recomendando-se os de vigor médio e alto, conforme o solo, para atingir a maturação desejada.

Desavinho/Bagoinha: Não susceptível.

Conservação do cacho após maturação: Não específica.

Protecção contra ataques de pássaros: Não específica.

Aptidão para vindima mecânica: Boa adaptação.

Tipo de vinho: Vinho de mesa, vinho generoso.

Grau alcoólico provável do mosto: Médio (11% vol. álcool).

Acidez natural: Elevada (5-7 g/l acidez total).

Sensibilidade do mosto à oxidação: Não tem.

Intensidade da cor: Medianamente intensa.

Tonalidade: Citrina.

Sensibilidade do vinho à oxidação: Não tem.

Análise laboratorial dos aromas: Não estudado.

Capacidade de envelhecimento do vinho: Razoável.

Recomendação para lote: Com castas com menos acidez: Fernão Pires, Síria, Gouveio, Viosinho.

Potencial para vinho elementar: Bom.

Caracterização habitual do vinho: O aroma é de intensidade mediana, doce, lembrando flores de laranja com alguns notas mais vegetais, sendo por vezes duro quando não atinge uma boa maturação. No gosto é equilibrado, fresco, com um gosto frutado satisfatório. Tem vivacidade e alguma persistência na boca (Almeida 1990/98).

Qualidade do vinho: Elevada.

Particularidade da casta: Casta com boa aptidão cultural e plasticidade regional, de elevada precocidade na maturação (Vila Maior, 1866). Devido à sua elevada acidez natural, produz vinho de grande interesse para lote. Com material clonal, a casta pode aumentar significativamente a actual baixa produtividade e, no futuro, representar uma boa alternativa no encepamento das zonas do interior do País. Presentemente, devido à falta da respectiva experimentação, só está classificada no Nordeste.

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